Vamos começar o ano mostrando os últimos resgates que fomos obrigados a fazer na própria Feirinha do Alto por não termos nenhuma outra opção.
Deixamos registrado aqui que nós somos apenas 6 pessoas, que não recebemos ajuda financeira nenhuma, trabalhamos durante toda a semana para nos sustentar. No final de semana estamos deixando de estar nas nossas casas com as nossas famílias e não estamos aguentando a maldade que as pessoas fazem não só com os animais, mas conosco também.
No dia 19-12, encontramos no local do nosso stand uma caixinha com 5 bbs famintos, cheios de sede. Não sabemos a que horas foram colocados lá porque os seguranças da Praça não viram.
Vidas inocentes,
que não têm culpa das maldades dos humanos.
Domingo, dia 20-12, foi a vez de uma caixa com 4 gatinhos, 2 machos brancos e 2 fêmeas rajadinhas.
No dia 26-12, uma caixa com três bebês de porte pequeno com, no máximo, 30 dias.
São dois machos e 1 fêmea que só poderão ser doados daqui a 15 dias, no mínimo.
No dia 27-12, resgatamos mais três bebês durante a Feirinha. São duas fêmeas e um macho em estado lastimável.
Vejam só o estado do machinho.
Para começar o ano, ontem, dia 02-01, fomos chamadas por uma pessoa que tem barraca na Feirinha para ver um cachorrinho que estava "desmaiado” em frente à barraquinha dela.
Todo mundo estava morrendo de pena, muita gente ficou ali por perto e quando nós explicamos que o nosso problema não é falta de vontade de ajudar todos os animais, mas falta de recursos para socorrê-los e pedimos qualquer tipo de ajuda, uma “vaquinha”, um real que fosse, as pessoas foram se afastando e ninguém pôde contribuir com absolutamente nada.
Apenas um senhor que nem mora em Teresópolis nos ajudou com 50 reais.
É um filhote muito bonito, macho, com uns 6 meses e não conseguia mesmo nem ficar de pé. Estava com o corpinho cheio de carrapatos.
Tivemos que interná-lo numa veterinária que nos cobrou 160 reais só pela consulta, banho e medicamentos ( vermífugo, antibiótico, carrapaticida e outros).
Ele terá que ficar internado, pelo menos 15 dias, tempo que será necessário para ele se recuperar e poder ser castrado para ir para a Feirinha de Adoção.
Logo depois que voltamos da veterinária, assustadas com uma despesa que não poderíamos ter tido, uma moça muito bem vestida chegou com uma poodle numa coleira azul e queria deixá-la conosco. Um fêmea com menos de um ano.
Nós, mais uma vez, explicamos que não temos recursos. Que para assumir um animal adulto teríamos um gasto enorme, pois ela teria que ser vermifugada, vacinada e teria que ficar hospedada numa clínica por, pelo menos, 10 dias, tempo necessário para ela ser castrada e tirar os pontos para poder ser doada.
Dissemos que se ela pudesse nos ajudar, pelo menos, com a despesa da hospedagem e da castração, nós faríamos todo o resto. A moça concordou e saiu da Feira dizendo que iria direto para a veterinário que nós indicamos.
Mais de duas horas depois, um casal de turistas muito simpático chegou desesperado com a poodle na coleira.
Eles a encontraram AMARRADA num poste numa rua próxima à feirinha, no sol (ontem não havia uma nuvem no ceu de Teresópolis), gritando, desesperada tentando se soltar.
Contamos a “história” da cadelinha e eles nos ajudaram com a despesa da hospedagem dela. Eles não são de Teresópolis e ficaram indignados com a situação.
As pessoas precisam entender que nós não temos ajuda financeira de ninguém e que somos apenas 6 pessoas.
Já temos as despesas com os animais que assumimos. Além dos filhotes que vão para as feiras, temos muitos outros em tratamento em veterinárias que, fazem um preço melhor para a ONG, mas não trabalham ( nem poderiam porque também tem que pagar suas contas) de graça.
Se cada um pudesse fazer a sua parte, ajudando um pouquinho que fosse. Nossa! Quantos bichinhos poderíamos tirar das ruas!
Desta forma covarde, obrigando-nos a assumir mais animais do que o que nós temos capacidade, vamos acabar tendo que desistir das Feirinhas.